Neste mês, é realizada a campanha Setembro Amarelo. No Brasil, o projeto surgiu em 2014, com o intuito de prevenir o suicídio e alertar a população sobre esse assunto. Durante esses trinta dias, serão feitas diversas ações e palestras para informar a sociedade sobre o tema.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente um milhão de casos de morte por suicídio são registrados por ano. No Brasil, as ocorrências chegam a 12 mil. Entretanto, sabe-se que esse número está errado, já que muitos episódios não são notificados. Além disso, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio no mundo e a cada três ocorre uma tentativa.
Na maior parte das vezes, os casos de suicídio estão relacionados com algum transtorno mental, em sua maioria não diagnosticados ou não tratados corretamente. A depressão é o distúrbio mais ligado às ocorrências, seguida do transtorno bipolar. O abuso de substâncias químicas também aparece com destaque na lista de agentes ligados ao suicídio.
“O acompanhamento correto da doença mental de base é o primeiro passo para cessar o comportamento suicida”, diz o Dr. Antônio Geraldo da Silva, coordenador da campanha. Por isso, ao identificar algum dos transtornos, as pessoas precisam entrar em contato com um profissional para realizar o tratamento.
Alguns dos maiores tabus em relação ao suicídio são o preconceito e a falta de conversas sobre o tema. Por isso, o Centro de Valorização à Vida, em parceria com a Unicef, criou uma série de vídeos para “reduzir o estigma relacionado ao assunto e incentivar o diálogo por meio de empatia e acolhimento”, conta Carlos Correia, voluntário e porta-voz do CVV.
A população pode ajudar de diversas formas: falando sobre o suicídio, organizando mobilizações sobre a prevenção e participando dos eventos do projeto. Segundo Antônio, “o papel da sociedade na campanha Setembro Amarelo é fundamental para alcançar o maior número de pessoas possível com ações efetivas de orientação sobre o risco, fatores de proteção e também na emergência do suicídio”.
Para auxiliar na prevenção do suicídio, conheça os principais fatores de risco e sinais de alerta. Além disso, saiba algumas maneiras de ajudar pessoas com transtornos mentais ou pensamentos suicidas.
Como ser um bom ouvinte?
- Crie um ambiente confortável e seguro para iniciar a conversa;
- Não interfira nas pausas e nem complete frases;
- Tenha empatia – tente compreender a dor dessa pessoa;
- Não dê opiniões pessoais com exemplos da própria experiência;
- Não faça comparações do problema dessa pessoa com a de outras;
- Mantenha o olhar na pessoa (esqueça o celular por alguns minutos);
- Não simplifique a situação com frases como “isso passa” ou “você supera”;
- Não responda a possíveis agressões.
O que dizer para quem precisa de ajuda?
- Pergunte se a pessoa está pensando em suicídio;
- Em caso de resposta positiva, pergunte o conteúdo deste pensamento;
- Diga que tem tempo para escutá-la (“sou todos ouvidos para você neste momento”);
- Ofereça auxílio para buscar ajuda médica profissional (muitas vezes é necessário ajudar a pessoa a chegar ao médico).
- Os transtornos mentais e os pensamentos suicidas são assuntos muito sérios. Por isso, se você ou algum conhecido está passando por problemas, ligue para o número 188. Assim, é possível conversar de forma anônima com um dos voluntários do CVV, que irão auxiliar com apoio emocional e todo tipo de ajuda.
- Para saber mais sobre como os distúrbios mentais afetam as pessoas, assista um dos vídeos liberados pelo Centro de Valorização da Vida, em que eles falam sobre a depressão na adolescência.
Fonte: msn